quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Embaixo do boné
Eu e meus vermes mentais
Ao lado a Tv
E meus programas banais
Dentro da caneta
Eu e meus versos fecais.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

2 de novembro

Nesse dia ócio
acordei cedo com a esperança
de que um místico me dissesse
porque o céu é mais azul
no dia dos mortos.

Vento não há
e nem passantes:
todos medíocres
levando flores e velas
ao depósito da matéria.

E aqui, eu
indagando ao céu azul:
"Não poderia estar no México?"
En el día de los muertos hay mucha fiesta
e comem doces
imitando a Páscoa
para celebrar a renovação?

2 de novembro
morte ao que não presta!
Nada de chorar velas
e fazer murchar lindas flores
às feridas que ainda pu (LSAM) s!

Minha varanda
lembro Quintana:
"Fumar é suspirar poeticamente".


(MeggieLetras - em aparição no dia dos mortos)

sábado, 17 de outubro de 2009

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

sexta-feira, 9 de outubro de 2009







vjxuzon
EU AVANTE
ELA FONTE
ELEFANTE


vixvz

paralêlo

cabisbaixo
____desbocando consolação
abaixo
____encontrei um amor
largardo
____no largo dos
aflitos
____empilhado no sebo
namorei
____levei-o de metrô até o
paraíso
____mais tarde
________[tive
em minhas mão, ele na
cama.




uixus

terça-feira, 6 de outubro de 2009

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

455 sentidos

Caminhando na velocidade do desespero como quem quizera chegar em algum lugar desportante, passo dentre o engarrafamento da ideia de cidade, desvio das gravatas sufocantes e dos Scarpins trituradores de ruas. Volto os olhos aos céus como quem procura algo, entretanto, ofuscada pelos raios ultraviolentos, a lua prefere olhar tudo de sua cobertura feito mulher que nina teu filho Jorge. Continuo - metros adiante, após o verde dos semáforos, De supetão um tapa no rosto! olho para os lados e não encontro a mão pesada que golopeara-me a face - o golpe veio do vento, sopro este que saiu do vão livre d'alma, então descobri que todos tornam-se paulistanos quando caem em si ao notar que tens n'alma um vão livre; sustentado por pilares vermelho-pungentes, o chão rústico e de teto cinza!



vixuz-victor-eu!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Meu poeta
hoje estou tão triste
pois tudo que existe
se desfez

Eu hoje estou
tão triste
eu sei bem o porque
é que fiz teu coração
bonequinho de machê




rsrs - ok - meu lado eu liricA falou alto hoje
só pra acompanhar o novo layout gay ¬¬ [nem gostei]
vixuz - fui!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

NEM SILVESTRES, NEM MOFADOS: MORANGOS VERMELHOS

Se eu pudesse, guardaria aquele aroma em uma pequena garrafa, para levá-la comigo sempre. Aquele cheiro puro, doce e selvagem. Aquele cheiro vermelho. Com nostalgia, com saudade, com desejo. Com desejo. Acho que quando sentisse desejo é que deixaria a tampa da garrafinha aberta por mais tempo. Penso que o aroma de morangos remete ao desejo. Especialmente o sexual. Não sei se isso me está arraigado pelo senso comum da mídia marqueteira, que trata de estampar aos montes imagens de morangos quando o dia dos namorados está próximo. Ou se o faço por conta própria. Talvez. Talvez as duas coisas. Ou talvez só por uma coisa, já que o desejo é algo inato ao ser humano e, inexplicavelmente, pode surgir em uma tarde chuvosa durante o trabalho. Ora, não há nada que se possa fazer em uma situação como essa, mas então eu teria o aroma engarrafado.
Nem silvestres, como Bergman, nem mofados, tal qual Caio, mas pura, obvia e simplesmente: morangos. Morangos aos quilos, soltos - e não presos, apertados em caixinhas para vender - vermelhos, brilhosos e sensuais, com aquela forma que lembra, vagamente, o corpo feminino.
Quero-te, quero-te, quero-te: vermelho.
(MeggieLetras - eovermelholatente)

domingo, 6 de setembro de 2009





Vixuz
[e um verso da Meggie]

domingo, 16 de agosto de 2009

Woodstock e minha geração de merda




- Um grande marco

- Uma grande paixão

- Um grande sonho


...e para muitos o sonho ainda não acabou.



Depois quando eu digo que eu estou 60 anos atrasado o povo fala que eu sou um saudosistas, nostálgico... Cá entre nós... que geraçãozinha de bosta é essa de hoje, eih?!?! Nem a Geração Coca-Cola foi tão ruim - Rebeldes sem calça; anarquistas do Mc Donald; Punks de galeria... nenhuma ideia grande... Um novo mundo tem sede de que se crie! - mas o consumo vem em primeiro - Tenho fome de desfazer o que ai está - não há vias de continuar sua pervercidade... entretanto... fico eu com a minha morbidez xata e [des]necessária tentando mudar algo em mim, até porque no mundo eu não mudarei nada.



Fui



[vixuz-victorson-eu!]

domingo, 2 de agosto de 2009

Comum.

Não tenho certeza, mas acho que é naquela hora do dia que ela se manifesta com mais força, pondo-se vagar por entre as árvores das ruas desertas e silenciosas. Não faz barulho. Nesse instante (sim, porque não há de durar muito tempo), só se ouve o cantar dos pássaros – antes que as buzinas os intimidem – e a barulheira das lembranças da cabeça e do coração da gente. É. A saudade. Penso que ela gosta de aparecer ao amanhecer. Há mais espaço. Ah, sim, é importante dizer também que isso acontece sempre aos domingos, depois de uma bela noitada de sábado regada a muita cerveja, cigarros, samba e gargalhadas (e máscaras na alma). Pela manhã é que a saudade se derrama e fica a fazer folias nostálgicas no peito da gente. Poesia é que rima com saudade.
Não há que se viver de. Mas há de se viver com. Com (o) – viver com a saudade. A ausência presente. É bonito isso. É bonito...










Já virou clichê eu escrever sobre saudade
Ok, também já virei uma criatura clichê – e pessoas clichês escrevem sobre saudade, que também é clichê.
Mas, tudo bem, o mundo é clichê.


Adoro a palavra CLICHÉ.
(MeggieLetras - e saudade)

terça-feira, 28 de julho de 2009

FOGUEIRA




Fogo crepitando, ardendo em toda a lenha,

Em todo o coração e mente, espectros d'alma.
Devo estar ficando louco de tudo de novo.

Estalam espinhos no laranja brilhante,
Eu te tenho aqui, mas sinto alguma falta,
Como que sabendo que vais dali a pouco.

Fumaça que entorpece, asfixia-me.
Os olhos ardem e ainda sinto algum frio.
Onde estás? Podes chegar mais perto?

Queria que as chamas me abraçassem
Como fizeste outrora, crepitante.
Ou nem tanto, mas o suficiente.

Diz que fica por aqui, então?
Deixa a música da tua voz fluir,
Como um voo suave em meus ouvidos.

Deixa eu ver teus olhos no infinito,
Deixa eu tocar os teus sonhos com
As pontas dos dedos, deixa acariciá-los.

Deixa a chama te chamar pra perto,
Pra perto de mim, aquecendo sem mal,
Fumegando na constante do viver.

Eduardo Gorobets, 2009







Gorobets é um amigo, poeta, cursa história na FFLCH-USP, um "Cubismo, um mal exemplo, uma metalinguagem exacerbada" segundo ele mesmo, é o guri manda bem na arte da palavra e pra mim esse é um dos seus melhores poema, ficadika!





[VICTORSONS-VIXUZ]

quarta-feira, 15 de julho de 2009





Esse é o chão que arranha o céu.
ruas fumegantes, pessoas de papel
Não pense que deste cinza sairá mel

Árvores são mini alfaces no dente podre
o céu da boca é azul com a língua é rica
e o verso concreto se faz homem pobre
amo esse caus - odeio narrar toda essa zica



v i c t o r s o n s c i n z a s


sexta-feira, 10 de julho de 2009










Quando leio essa birosca
a mente toda se enrosca







v i c t o r s o n s d o m u n d o

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pisca-pisca. (até que morre)*

Luminoso de hotel na Avenida São João: Pisca. Sexo da prostituta à espera do cliente na esquina: Pisca-pisca. Meu olhar azul para a vil noite paulistana: pisca (em vermelho). A morena bonita no banco ao lado: olha. (e não pisca). Meu coração: não pisca. O tesão: pisca-pisca-pisca. (e não trisca).
Lembranças da memória. Lembranças do coração – que pisca e não arrisca. A vontade que (não) se foi. A paixão que (não) foi: ainda pisca (e, às vezes, pisca, pisca e pisca).
.................................................................................A vontade.

Confins do sul. Frio de julho. Calor da avó: (como uma linha oscilante) piscam.
Confins do nordeste. Calor de sempre. Fogueira de para sempre: (tal qual a voz de Maria Bethânia me umedece as partes) pisca!
.................................................................A saudade.

Versos de Leminski/a prosa Rosa de Graça. A velha prosa cheia de graça de Érico: PISCA-PISCA-PISCA-PISCA-PISCA-PISCA-PISCA-PISCA.
........A liberdade.

Da minha varanda, farmácia São Paulo: pisca...
...A realidade.

Gente: pisca.
.E não é pra eternidade.


*


(MeggieLetras - que nem sempre piscam)




sábado, 27 de junho de 2009

Flores do Ypê

Sentado na varanda da minha não-casa, ponho-me - enquanto pito o matinal - a observar o glorioso Ypê e suas flores amarelas que formam um tapete pleno e vislumbrante sobre o negro e mal cuidado asfalto da avenida da Saudade.
O mesmo sol que invade minha não-varanda e toca meus pés expostos a fria e gelada brisa de inverno, ilumina os botões do Ypê que caem naquela calçada torta, a mente passeia pelo mundo, pelo tempo e pela vida sem querer dominar nenhum discurso catersiano, anárquica, foge do meu controle e esbarra em lembranças boas, outra nem tanto, deixando o amargo gosto da consciência que vivo uma vida desesperadamente fulgas.
Bato as cinzas sobre o pequeno tronco esculpido e já cheio de outra bitucas, continuo a olhar para aquela árvore que me encanta, olho e vejo um jovem de passos firme, olhar dispersos e rosto vazio passar sobre aquele carpete único - de ouvidos tampados - sem nem percebe a realeza que a natureza lhe oferece.
O cigarro acabou, recolho os livros e alguns papéis que usara para distintas anotações - entro na sala e a mente me surpreende em um espasmo - em reflexões mediocres, vejo a vida é fulgas, frágil e parte de um tecido que ao longo do tempo tece o tapete da história ao mesmo tempo eu sou aquele que caminha com passos sopetões, olhos desatentos e rosto indiferente sem perceber onde pisa.




v i c t o r s o n s

quinta-feira, 25 de junho de 2009







Tentar escrever um poema
já é uma ousadia poética.





v i c t o r s o n s

quinta-feira, 11 de junho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009

DISTRAÍDOS VENCEREMOS!


Paulo: 20 anos sem.

(MeggieLetras)


terça-feira, 2 de junho de 2009

O frio da saudade.

Fosse aquele edifício lá ao fundo, onde o sol se põe, uma pitangueira, estaria eu então no descampado dos pampas a sorver um mate com Ana Terra.


Quando faz muito frio, o céu de São Paulo permite-se deixar ver sua lua brilhante e suas estrelas. O frio da capital do país deixa o céu ser céu.





(MeggieLetras - e saudade céu azul do sul)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Não Fosse Tanto e Era Quase*

“Hoje nem amanheceu aqui”, costumava dizer, por causa do céu costumeiramente cinza de lá. Uma tragédia para quem cujo corpo e alma são solares: solares de uma doçura/venenosa/de tão funda**. É assim sempre, desde então, que me lembro disto quando o céu costumeiramente cinza daqui se faz nos dias de não-amanhecer.
Há muitos dias que não amanhece aqui. Os dias de não-amanhecer faz lembrar os não-esquecer de saudade que ainda persistem como leves agulhadas no tempo do coração. Embora prefira a noite, sinto falta dos dias de sol: nos dias de sol a saudade sobrevoa o peito quase como uma fumaça pálida, daquelas de finalzinho das baforadas de cigarro. Mas ainda é tabaco.



Cinza, vento. - Vai, te dispersa com o ar. Vai, vai com o teu vento quente que é brisa. O meu vento é minuano, gelado. Ele desfaz carinhosamente voraz a minha cabeleira clara. Ele enche de saudade o meu peito gelidamente cálido, mas essa saudade não me esporeia. A tua saudade, sim: a saudade de tu, matéria feita de brisa solar, começou em mim num dia que não amanheceu. No dia que te conheci não amanheceu. Lá fora, não amanheceu.
Hoje teu dia lá fora amanhece sempre. Voltaste para o sol.

- Voltaste para o sol? Aqui está sempre cinza. Acho que trouxe comigo a alma cinza daquela tua morada de antes, aquela dos dias que não amanhecem.




*Hoje consegui descobrir, finalmente, o único produto que, mesmo sendo genuinamente curitibano, é bom: Paulo Leminski. É parte do título de um livro dele o título desta minha récita.
**De Ana Cristina Cesar, “O homem público nº 1 (antologia)”. Também dela, estes:
Do you believe in love...?/Então tá/Não insisto mais.



(MeggieLetras - que me doem como uma catástrofe)

domingo, 24 de maio de 2009

Ana C.

Para os dias quando o coração e a cabeça estão cheios, mas você está estéril de palavras.
Faça suas as de outra. A também isso se destina a poesia.



Samba-canção

Tantos poemas que perdi.
Tantos que ouvi, de graça,
pelo telefone – taí,
eu fiz tudo pra você gostar,
fui mulher vulgar,
meia-bruxa, meia-fera,
risinho modernista
arranhando na garganta,
malandra, bicha,
bem viada, vândala,
talvez maquiavélica,
e um dia emburrei-me,
vali-me de mesuras
(era uma boa estratégia),
fiz comércio, avara,
embora um pouco burra,
porque inteligente me punha
logo rubra, ou ao contrário, cara
pálida que desconhece
o próprio cor-de-rosa,
e tantas fiz, talvez
querendo a glória, a outra
cena à luz de spots,
talvez apenas teu carinho,
mas tantas fiz, tantas fiz...

Ana Cristina Cesar.



(MeggieLetras)

terça-feira, 21 de abril de 2009

severadoce.

E eis que um dia antes do feriado em saúde do herói-mineiro-esquartejado- brasileiro o destino traz para mim, antes do ônibus que eu aguardava, um exemplar feminino e conterrâneo de Joca Xavier. Ironicamente, o exemplar tem nome português: Severa Tavares, tão português quanto o quinto dos infernos que era o imposto que pagávamos à Coroa à época em que tínhamos ouro suficiente para ser explorado em abundância.
Severa chegou-se a mim amigavelmente, como nessas crônicas pleonasticamente urbanas, indagando se sabia eu qual ônibus descia a Rua da Consolação. Respondi-lhe que sim. Que lindo! Subiríamos o mesmo autocarro!!! E aí então fiquei quase que totalmente calada o trajeto todo, já que 87 anos ainda “volantemente” ativos (Sê renovou sua carta de motorista há três meses) têm muito mais o que contar que 22 percorridos a pé ou em transportes públicos. Ou não.
“A experiência chega pra gente quando já não temos mais o que fazer com ela”, disse-me a jovem. “Se eu tivesse 15 anos com a experiência que tenho hoje, faria tudo diferente. Mas agora, o que posso fazer?”. Ouvi isso em uma atípica segunda-feira à tarde, quando minha cabeça borbulhava de ignorante e inexperiente ansiedade...




(MeggieLetras)

domingo, 12 de abril de 2009

Páscoa salgada

- Hoje, nessa tarde ensolarada fazendo meu almoço de Páscoa, não menos solitário que os outros tantos almoços, pensando no abuso dos temperos que coloco nessa salada chamada vida, muitas vezes consumida sem seus devidos talheres, sempre me vem a poética pungente dos analfabetos sentimentais cheios de liberdade e falsas moralidades; penso nos reis, penso e dramatizo os pés descalços - sem tirá-los do chão, imagino a casa da vó e os chocolates que não terei, as brigas com os pais, as discussões com deus - distraído - sempre! Me corto, o vermelho misturando-se com algumas gotas de leite respingadas na pia, fazendo, assim, um molho à cor do fogo que acendeu o meu cigarro.
Limpo, passo o pano do tempo em toda sujeira, lavo a ferida sabendo que não irá cicatrizar tão rápido, volto a fazer a comida do dia da ressurreição, ligo o som, lembro de Santo Amaro - lugar que nunca fui e morro de saudade. Mergulho o dedo no pote de branco, ai!

- O sal que mais arde,
tão inofensivo e branquinho
deixa marcas sem alarde
o seu nome e saudade!


victor sons[tana]

quinta-feira, 26 de março de 2009

Um Porto Alegre é mais que feliz que um Porto Seguro?

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a2454029.xml



Hoje é aniversário de Porto Alegre.E hoje a minha saudade aumentou ainda mais. Não só pelas "atitudes" da natureza em seu ciclo outonal, que trazem ventos frescos e bagunçadores do meu cabelo tingidamente louro, fazendo-me lembrar da cúmplice ventania da beira do rio Guaíba, a cuja margem eu gosto de me sentar para pensar em nada; mas porque o Porto querido e Alegre ferozmente pariu ao mundo uma criatura mais docemente ardida que pimenta!
Salve! Sou conterrânea de Elis Regina, bicho!!!



(MeggieLetras)

quinta-feira, 19 de março de 2009

Pés.
“Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração” indagaram as sete faces de Drummond. A despeito de todas as proteções impostamente necessárias para o perfeito e seguro andar nas ruas de uma grande cidade, eis que vejo uma montanha de calçados abandonados em plena avenida movimentada em uma sexta-feira à tarde. “Porém meus olhos não perguntam nada”, contrapõe-se Carlos a mim, eu, que dos olhos faço acesso para as perguntas do coração. Que estariam fazendo aqueles sapatos, sandálias e chinelos atirados às intempéries inesperadas irônicas ininteligíveis de fim de verão? Talvez por já velhos, gastos e usados. Talvez por nunca usados e paradoxalmente por isso não servirem mais. Talvez por esquecidos. Terão eles deixado pés que seguiram para nunca mais voltar? Pés que alcançaram agora a liberdade infinita de caminhar por entre as estrelas? Ou pés que desejam agora os caminhos do mar? Afofar-se na areia. Ou gelar-se na neve. Ou queimar-se no asfalto. Pés que desejam outros pés. Pés que se querem a sós. Pés que ganharam asas. Pés que descobriram o chão. Ou, simplesmente, pés que, calçados agora em macias duras sandálias de couro seco, só querem dançar um baião.........................Ou um vaneirão.
(MeggieLetras)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Esquizoteria!



Há mais de meia hora
estou a observar o amor
na espectativa de compreende-lo
envolta de mim garrafas, cigarros
nos meus ritmos preferidos.
Mas que diferença faz o tempo?
pois vou continuar a observar ou sair daqui
e o amor ainda vai, como sempre,
ser o melhor de todos os
tabacos - a mais amarga de todas as bebidas
e o leviano passageiro que caminha para o mar.




V i c t o r s o n s

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Mas é carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal
Deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar
Que hoje eu sou da maneira que você me quer
O que você pedir eu lhe dou
Seja você quem for, seja o que Deus quiser
Seja você quem for, seja o que Deus quiser




=]


Sonsdochico
victorsons

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009



"Vejam o meu repertório, vejam os nomes que nele surgem a cada momento. Olhem pra mim e vejam se não tenho o Brasil em cada curva do meu corpo?"

.Carmen Miranda.



-Não sei você, mas o ''meu coração faz tica tica boom tic'' por Carmen!

(Bruno/sabores-cores-amores)

sábado, 14 de fevereiro de 2009

O tango do samba.


.a participação especial.

Coincidentemente ou não, Bruno e eu, em termos próprios, manifestamos nosso amor pela Paulicéia Desvairada pós comemorações de seus 455 anos.
Sentados a uma mesa de bar na Vila Madalena em uma tarde de sábado chuvoso, propormos a Thiago, um amigo brasileiríssimo que apaixonadamente adotou a alma de nuestros hermanos argentinos, que fizesse uma visita em nosso humilde lar virtual escrevendo algo em belo espanhol. E eis que, mais uma vez, nasce uma homenagem à terra de onde Tom Zé viu brotar fumaça do chão cimentado, nos idos anos de 1965.
Para fechar a trilogia, fiquem com as letras de Thiaguito. Dale!


Cas El ser "paulista" en cuestión

Mi corazón late en más un día gris. Estoy apurado igual que todos en esa ciudad, pero no sé si llevo una campera, el paraguas o un protector solar. ¿Quién podrá saber? Me decido por llevarlos todos. Por mi calle camino hacia la parada del colectivo, miro el cielo y me parece que habrá sol. Una mujer cruza mi camino ya la vi muchas veces por aquí, quizás sea una vecina mía o no, que feo ni conozco a mis vecinos pero ya es difícil tener un tiempo para conocer a mí mismo en esa ciudad. Tomo el colectivo, cuanta gente, cuantos rostros diferentes y historias hay aquí.
El colectivo cruza el Río Tietê que intenta sobrevivir e, inmediatamente, me sentí como él. Cuanta tontería solo no son más numerosas que los autos que me rodean. Miro un lindo árbol en la vereda que rápidamente se me escapa de la mirada con el paso de un camión y su rastro de humo. Bajo del colectivo en la estación Marechal. Bueno mi corazón sigue latiendo y estoy al borde de…que sé yo…el que aquí vive siempre vive al borde de algo sea para el bien o para el mal. Todo en esa ciudad es grande y pequeño, simple y complejo al mismo tiempo. En la cola para comprar el boleto las hermanas alagoanas están a charlar, sigo la multitud y así de pronto ya estoy en el tren en pie al lado de un chico que escucha rock, y en mi frente sentada va una vieja negra tan gentil pero que me pareció salir de Mozambique con el traje que llevaba.
Saliendo del subte ya estoy en la Paulista, ay no sé porque más me gusta mucho ese lugar. Ya hace un calor terrible, cruzo la avenida y compro un helado en la panadería del portugués y la tarjeta telefónica en el kiosco de un hijo de español. Todavía tengo que caminar dos cuadras en la augusta y unos bolivianos intentan venderme unos collares en la primera esquina, mientras una pareja de japoneses toma el colectivo para el barrio de la liberdade y continuo con prisa.
Finalmente llego al edificio dónde trabajo y saludo al señor Raimundo, que me dice: ´´’fio’, ese calor quem diría hein, tá até parecendo minha terra, a Bahia´´. En el ascensor está el coreano que es novio de una mulata guapísima que siempre sale en la Gaviões da Fiel. Hay una llamada perdida en mi celular, hummm es de mi amiga gaucha y ya estoy en mi mesa con aquel nudo en la garganta que despertó conmigo hoy y que de la misma manera que me desespera, me da gana de reír…y harto de pensar voy a la ventana y veo que ya no está el sol y sí la llovizna (a garoa paulistana) que trae nuevamente a las calles la danza de los paraguas. De repente mi corazón se llena de alegría y de emoción cuando me toman los recuerdos de mis momentos más felices, momentos eses que viví por esa ciudad que es como un taller de teatro, y que al revés de lo que puedan pensar nuestros corazones no son de cemento y aunque fueran serían de una especie sin igual en esa latitud sur.
São Paulo, cariñosamente llamada de Sampa, como no amarte una vez que he probado de su gastronomía, caminado por sus esquinas, tiendas, villas, parques y soy un legítimo hijo de su ironía. En Sampa cabe el mundo y en el mundo no existe otra Sampa, ciudad dónde nada sencillamente se puede explicar o definir. Después de intentar resolver mis cuestiones volví a mi mesa porque necesitaba trabajar y mi corazón siguió y sigue latiendo…

(MeggieLetras)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009


Recôncavo Paulista

Quando Caetano cantou para mim que alguma coisa acontecia não só no coração dele, mas de todos os mineiros, gaúchos, cariocas e baianos quando cruzam a Ipiranga com a Avenida São João, isso soou de forma tão magistral que não tive como não sucumbir a esta vontade e passar, mesmo um pouco tímido, por aquela esquina. Confesso que tudo aquilo que ele nos diz é tão ou mais incrível de se sentir, mesmo que esta São Paulo que por hoje caminho não seja, nem de longe, aquela que Caê cantou um dia, já que eu, que nasci em São Paulo, a cidade do barulho, da vida noturna que nunca acaba, por motivos até hoje desconhecidos, fui respirar os ares do sul, bah... que coisa mais linda aquele lugar... Mas não pude deixar tudo isso aqui, não pude não obedecer às ordens de um coração paulistano, e, voltando, me dei conta de que nada entendi: só me era notável a grandeza de suas poesias concretas e da sutil deselegância discreta de suas meninas. Ainda não havia para mim Maria Bethânia, esta que hoje esquenta o meu coração... Mas alguma coisa ainda acontece comigo quando cruzo, numa tarde cinza, tipicamente paulistana, o vão do MASP, e, por outras vezes, caminhando pelo centro antigo chego a achar tudo muito passado, batido e acabo por julgar de mau gosto, mau gosto, mau gosto toda aquela gente aglomerada sob um sol de rachar côco... Paradoxalmente, isso só serviu de prova que não existe e nem nunca vai existir nada que possa ser comparado ao centro antigo todo iluminado!
E hoje, só me resta sentir falta de um momento que, assim como eu, acredito que muitos adorariam também presenciar: caminhar sob uma noite de fina garoa e descobrir Sampa através dos olhos poéticos de nossos Lindos e Eternos Baianos que para sempre serão nossos Doces Bárbaros! E que, partindo do distante recôncavo baiano conseguiram decifrar em partes que a feia fumaça que sobe e cobre as estrelas desta linda cidade é o tempero que a faz única, e não só isso: descobriram a Sampa das Pan-Américas Utópicas, onde moram os deuses da chuva onde até hoje surgem novos poetas de campos e espaços!

(BrunoSabores/Cosmopolita)



obs: alguma coisa ainda acontece no meu coração ...

para ler ouvindo: SAMPA (CAETANO VELOSO) do Lp: MUITO (Dentro da Estrela Azulada) *1978

sábado, 7 de fevereiro de 2009


"Toda palavra mal aproveitada é parte de um coito mal resolvido, uma foda mal terminada!"



(VictorSons)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

I love Sampa

Diante das águas-de-nãomarço antecipando antecipadamente o fim do verão, eis uma divagação pleonasticamente onírica: um desejo de sol escaldante refrescado por águas que não sejam primariamente pluviais...

Ah, que sol escaldante na terra da garoa. Calor. Queria surfar, mas as ondas de asfalto hoje não estão pra peixe. Queria tomar sol, mas a areia de concreto está lotada, não haverá espaço para minha canga aqui. Calor. Queria poder admirar os belos corpos à beira da praia, mas todos estão presos dentro de seus sisudos ternos. Queria sentir a água do mar sob os meus pés, mas eles estão enclausurados dentro dos meus saltos chiquérrimos. Calor. Queria sentir a brisa leve tocar meu rosto e meus cabelos, mas o excesso de ônibus e caminhões no meio da avenida não-atlântica impede a passagem do ar. Queria tomar um sorvete com meu camarada, mas me obrigam a tomar café, porque esta é a bebida da cidade do trabalho. Calor. Queria ver balançar os coqueiros do meu país tropical, mas as árvores de concreto não são maleáveis. Queria olhar para o mar ao som de Dorival, mas som que faz a cabeça dos paulistanos é o das buzinas dos automóveis. Tempo de calor: alguma coisa acontece no meu coração...
(MeggieLetras)


Ilustração de Déia Comedy

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

“Beira-mar, beira de rio”.

Longe de mim está o mar de Navegantes e Iemanjá. Assim, neste 2 de fevereiro, ponho-me, melancolicamente feliz, a imaginar como estarão as lindas as águas “ofertadamente” enfeitadas da Rainha do Mar...Quantos barquinhos voltarão à beira e quantos seguirão viagem para pedidos realizar...

Neste dia em que a fé mergulha nos mistérios das águas, sotaques e costumes diferentes tornam-se um só, seja pela mansidão do Rio Guaíba em Porto Alegre ou pelas hipnotizantes ondas das águas do mar de todo o Estado da Bahia.


ps: a propósito: “quanto nome tem a Rainha do Mar?”


(MeggieLetras)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Ela em sala
ou versos desdidáticos

Bom dia, hoje o tema
é Tropicália, por favor
desliguem seus "sins"
abram o livro dos porquês
deglossem os discos
que ao final será servido
um Abaporu no Dendê.


[Para alguém que posta aqui e domina como ninguém esse conjunto de signos cheio de enigmas]


(VictorSons)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

"Bora prosear um cadinho?"

Contra-reforma

Ah! Apesar de você, minha língua não mudará
Meu Português das ruas, diverso continuará
Ôche! Vixe! Bah! Vá lá...

(MeggieLetras)