terça-feira, 30 de março de 2010

o
espelh
o
que
mais
reflito
que
é
problema
grande
o
grande
problema
é
que
reflito
mais
que
o
espelh
o


ou não





Vixuz Fitzgerald

segunda-feira, 29 de março de 2010

Colocando um samba canção, sentei em minha escrivaninha em frente à janela situada no primeiro andar de uma república na rua Araraquara e mais uma vez curvo-me ante o computador ou a minha realidade. Apoio meu cotovelo sobre o livro que nunca lerei, coço a barba crescida, olho, com esse olhar prostrado e apático. E não penso, continuei a coçar o chumaço de pelos expelidos da pele rasgada em apelos. Puxo a gaveta, encaro uma fotografia sorridente, alguns papéis com tartarugas e outros animais estampados, uma caixa e um isqueiro - Seguro nos lábios secos e de canto branco um cigarro, como se já fora automático esse movimento. A música termina e na sequência escuto o Bandoneón do mestre Piazzolla, ainda não consegui acende-lo (o cigarro, claro). Espero para ver se reconheço a canção e, balançando a cabeça com quem concordasse, afirmo que conheço. Agora já são os dois cotovelos que sustentam-me sobre a mesa esta quase insuportável o peso das horas acumuladas minuto a minuto. Calado, óbvio, escuto nota por nota deste tango. Faísco e ele falha, tento novamente e não funciona, porfio,vejo a chama e trago.

Hoje, data cujo remete-se ao dia do meu nascimento, eu prometi a mim mesmo que escreveria um texto sobre a minha vida após ter já vivo aproximadamente a metade dela. Pensei em começar pelo começo (valendo-me de todo pleonasmo possível), pelas alegrias, pelas mágoas, as potenciais conquistas ou fracassos, não consegui. As únicas medíocres reflexões que abstraio está entre a descrença no ser humano enquanto ser construidor do que vemos hoje e se prospecta para um incerto futuro o contraditório prazer que a ciência proporciona a mim. O conhecimento se faz poder e angustiante, é prazer no desprazer. Saber que erigi também corrói e fomenta descredibilidade no homem. Talvez seja feliz que da sua vida fez algo simples, baldado, humano! - imprescindivelmente humano, demasiadamente humano tanto que se faz bicho.


Humanistas, humanitários... não passam de humoristas, e de baixa qualidade, entojados dessa civilização perversa, cheios das boas intenções. Não veem que lá no longe o outro aquele, simplório, guimaraisticamente falando, antes de tudo um forte. Filósofos? Sociólogos? Idiótologos? - Azedo, continua fumar, cismo - deve haver algo que não me corroa, olho para os lados, rumino ideias, mas nada. cabe a mim saber fazer da da música, em suma, a poesia, meu cateter seguir. Agora você pode desconsiderar tudo isso que eu disse que não tem a menor importância.
__

[uma reflexão sem muita preocução com metrica e entendimento, futuramente posso rever esse texto, está apenas como marco pelo dia. Vixuz]

sábado, 27 de março de 2010

B a i l a n d o
s o b r e o
á r i d o
s o l o
d a m e n t e.
N o n a d a,
s o l i d o
b r i n c o n a s
v e r e d a s
d o
e u - g u i m a r ã e s.


vixuz

quinta-feira, 25 de março de 2010

Estiagem poética
cri-cri, cri-cri
cri-crise!

terça-feira, 16 de março de 2010

POR AQUI PASSOU UM TEOREMA
ELE NÃO COMEÇOU NEM TERMINARÁ
NESSA PÁGINA POR SER POEMA

domingo, 14 de março de 2010

ESPELHO, ESPELHO MEU
NÃO IMPORTA O QUE VOCÊ DIGA
SEI QUE ESSE NÃO SOU EU

quinta-feira, 11 de março de 2010

Manhã de sol

Nessa manhã de sol
Tive a plena certeza
da existência de Deus
Mas no passar das núvens
deixaram uma indagação:
Deus criou o homem
ou o homem criou Deus?

[A sua imagem e semelhança, claro!]

terça-feira, 9 de março de 2010

As salivas que os cães provocaram em Pavilov

Às crianças que
não se comportam

Ser - baba - cão
homem ração
baba homem razão
campainhas tocam
e os revoltosos ratos
de Skinner
explusaram-no
da caixa

segunda-feira, 1 de março de 2010

Tabu

Matem o Vixuz
libertador
libertino
estrangulem
joguem ele no lixo
assim que puder
deem fim ao vício
com calma e muita dor
torturem-no
é a única maneira
desse filho da puta
nos devolver o pudor