terça-feira, 28 de julho de 2009

FOGUEIRA




Fogo crepitando, ardendo em toda a lenha,

Em todo o coração e mente, espectros d'alma.
Devo estar ficando louco de tudo de novo.

Estalam espinhos no laranja brilhante,
Eu te tenho aqui, mas sinto alguma falta,
Como que sabendo que vais dali a pouco.

Fumaça que entorpece, asfixia-me.
Os olhos ardem e ainda sinto algum frio.
Onde estás? Podes chegar mais perto?

Queria que as chamas me abraçassem
Como fizeste outrora, crepitante.
Ou nem tanto, mas o suficiente.

Diz que fica por aqui, então?
Deixa a música da tua voz fluir,
Como um voo suave em meus ouvidos.

Deixa eu ver teus olhos no infinito,
Deixa eu tocar os teus sonhos com
As pontas dos dedos, deixa acariciá-los.

Deixa a chama te chamar pra perto,
Pra perto de mim, aquecendo sem mal,
Fumegando na constante do viver.

Eduardo Gorobets, 2009







Gorobets é um amigo, poeta, cursa história na FFLCH-USP, um "Cubismo, um mal exemplo, uma metalinguagem exacerbada" segundo ele mesmo, é o guri manda bem na arte da palavra e pra mim esse é um dos seus melhores poema, ficadika!





[VICTORSONS-VIXUZ]

quarta-feira, 15 de julho de 2009





Esse é o chão que arranha o céu.
ruas fumegantes, pessoas de papel
Não pense que deste cinza sairá mel

Árvores são mini alfaces no dente podre
o céu da boca é azul com a língua é rica
e o verso concreto se faz homem pobre
amo esse caus - odeio narrar toda essa zica



v i c t o r s o n s c i n z a s


sexta-feira, 10 de julho de 2009










Quando leio essa birosca
a mente toda se enrosca







v i c t o r s o n s d o m u n d o

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pisca-pisca. (até que morre)*

Luminoso de hotel na Avenida São João: Pisca. Sexo da prostituta à espera do cliente na esquina: Pisca-pisca. Meu olhar azul para a vil noite paulistana: pisca (em vermelho). A morena bonita no banco ao lado: olha. (e não pisca). Meu coração: não pisca. O tesão: pisca-pisca-pisca. (e não trisca).
Lembranças da memória. Lembranças do coração – que pisca e não arrisca. A vontade que (não) se foi. A paixão que (não) foi: ainda pisca (e, às vezes, pisca, pisca e pisca).
.................................................................................A vontade.

Confins do sul. Frio de julho. Calor da avó: (como uma linha oscilante) piscam.
Confins do nordeste. Calor de sempre. Fogueira de para sempre: (tal qual a voz de Maria Bethânia me umedece as partes) pisca!
.................................................................A saudade.

Versos de Leminski/a prosa Rosa de Graça. A velha prosa cheia de graça de Érico: PISCA-PISCA-PISCA-PISCA-PISCA-PISCA-PISCA-PISCA.
........A liberdade.

Da minha varanda, farmácia São Paulo: pisca...
...A realidade.

Gente: pisca.
.E não é pra eternidade.


*


(MeggieLetras - que nem sempre piscam)